A terceira e última fundação realizada quase ao término do quarto mandado de Fr. Domingos Acerbi como provincial e depois de vinte anos da vinda dos dominicanos italianos para o Brasil foi a de S. Paulo. Foi também a mais difícil do que todas as outras, devido à oposição da Cúria Generalícia, que não queria conceder licença para abertura de novas casas a quem tinha dificuldades na manutenção das já existentes; não queria favorecer a dispersão de forças; não via de bons olhos a criação de conventos que poderiam depois ser obstáculos à formar uma nova província de todos os frades brasileiros.

 

De outro lado a cidade de S. Paulo representava para a missão lombarda, como escrevia Fr. Domingos Acerbi em carta de 20 de janeiro de 1957 ao Mestre da Ordem: “um ponto estável de apoio para os frades, pois S. Paulo é o centro de vida e administração de todo o país”. As freqüentes viagens e permanências de dias em S. Paulo feitas pelos vigários provinciais e frades, em trânsitos ou para tratar dos seus interesses confirmam a necessidade desta fundação.

 

A abertura de uma casa em S. Paulo aproximaria também os frades da província de S. Tomás de Aquino e do vicariato lombardo, levando-os a recíproco conhecimento em vista de colaboração e unidade tão desejada. Então Fr. Domingos, fazendo sua a proposta do vigário provincial Fr. Marcos Giraudo, na carta do dia 20 de janeiro de 1957 ao Mestre da Ordem, cita a deliberação do conselho de província no dia anterior: “O conselho de província renova o seu voto para que seja concedida à Vigaria  Provincial Brasileira a autorização para abertura de uma casa na cidade de S. Paulo, para poder melhor colaborar com os religiosos da Província S. Tomás de Aquino e para melhor desenvolver as próprias atividades, vindo de encontro às necessidades econômicas da Escola Apostólica de Santa Cruz e à manutenção dos noviços e estudantes brasileiros da vigaria”. 

 

A resposta não veio positiva, mas deixou ainda o caso em aberto. No dia 30 de dezembro de 1957 o arcebispo de S. Paulo nomeou Fr. Celso Pereira de Almeida pároco da paróquia Sagrada Família que era criada nesta mesma data. A 4 de fevereiro de 1958 os dominicanos eram autorizados a abrir uma casa na paróquia Sagrada Família e se estabelecia as limitações da mesma.

 

No dia 01 de novembro de 1958 o provincial recentemente eleito, Fr. Afonso d’Amato pede ao Mestre da Ordem, como deliberado em conselho de província do dia anterior, a ereção da casa religiosa de S. Paulo, para ter uma sede na capital e para responder ao desejo do arcebispo, que já tinha confiado a paróquia aos frades. Solicita também que seja instituído como primeiro superior Fr. Miguel Lanzani, “que já está realizando bom trabalho na angariação de fundos necessários para a construção do convento”. 

 

Recebida finalmente a resposta positiva, tem início a longa prática burocrática, que se conclui só a 16 de julho de 1965. Só então o Mestre da Ordem sanciona a ereção da casa da Sagrada Família em S. Paulo, futuro convento.(Venturini Alce)