MEMÃ?RIA DE SÃ?O JACINTO DA POLÃ?NIA 16-08-2016

MEMÓRIA DE S. JACINTO DA POLÔNIA
O evangelho de hoje nos convida a olhar para o Reino de Deus no qual não existem excluídos, todos podem participar da bondade e misericórdia divinas. Deus quer compartilhar a sua bondade e o seu amor para com todos os homens e mulheres, por pura gratuidade. Para Deus não existe uma classe de eleitos, todos são chamados a participar de seu amor. Agora, enquanto uns correspondem a este amor, outros o renegam.
Entre os homens e mulheres que corresponderam a este amor, a Ordem dos Pregadores, hoje, lembra de S. Jacinto da Polônia, homem que introduziu os dominicanos na Polônia, alguns até o chamam de “S. Domingos da Polônia”, pela sua força evangélica que contagiou o norte da Europa.
S. Jacinto nasceu em uma família nobre, foi educado nas virtudes por seu tio padre, chegando a ser ordenado sacerdote e constituído cônego da Catedral de Cracóvia. Após seu tio ser sagrado bispo, viajou com ele e Ceslaus (seu irmão ou parente próximo) para Roma, onde entrou em contato com o testemunho evangélico de Domingos, de tal modo que ficou encantado e atraído pelo ideal da Ordem dos Pregadores, chegando a receber o hábito, sendo mandado pelo próprio Domingos como um dos primeiros apóstolos na Polônia.
S. Jacinto desde cedo procurou seguir os passos de Jesus Cristo, sendo sacerdote e depois entrando para a vida religiosa. Mas no cristianismo encontramos muitos exemplos de conversão tardia, ou seja, muitas pessoas conheceram ou aceitaram a mensagem de Jesus com idade avançada, e nem por isso podemos afirmar que são menos amadas por Deus.
A lógica de Deus é outra, como podemos ver na parábola que a liturgia nos apresenta hoje (Mt 20, 1-16), a justiça de Deus não é a justiça dos fariseus. O patrão da parábola não foi injusto ao dar o mesmo salário a todos os empregados, independentemente se um trabalhou mais que o outro, pois o patrão não se baseou no mérito de seus empregados, mas sim em sua bondade. Do mesmo modo Deus não é injusto ao admitir pecadores em seu Reino, pois Ele é bom.
Nós, enquanto comunidade cristã, não podemos fechar as portas para os nossos irmãos que andaram por outros caminhos e perceberam que estavam no erro, nós temos que abrir o coração e acolhê-los, pois através de nossa acolhida sentirão o amor de Deus. Que possamos sempre ter em mente as palavras de S. João da Cruz: “No entardecer da vida, seremos julgados sobre o amor”.
Que S. Jacinto nos inspire a seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, demonstrando ao mundo a lógica de um Deus que é amor, um Deus que quer a salvação de todos os homens e mulheres.
Fr. Alexandre Francisco de Marchi Silveira, OP