FESTA DE SANTO ANDR? 30-11-2016

Santo André – A coragem e o desafio da mudança


           Hoje, 30 de novembro, a Igreja celebra o apóstolo André,  irmão de Simão Pedro.

         A Sagrada Escritura nos diz que André dedicava sua vida ao trabalhado e participava de um grupo religioso. Sua profissão era  pescador (Mt 4,18) e ao mesmo tempo era discípulo de João Batista (Jo 1,40).

          Encontrando Jesus de Nazaré pelas cercanias de Cafarnaum, à beira do lago de Genezaré, André ouviu seus ensinamentos “cheios de autoridade” e se sensibilizou com as suas propostas. Viu uma nova luz em sua vida. Viu perspectiva de crescimento na mudança.

           E, ao convite de Jesus para segui-lo, aceitou com prontidão. Deixou de ser pescador de peixes para sê-lo de gente. E passou do grupo de João Batista, que pregava um batismo de conversão, para o de Jesus, que pregava uma mudança não só em nós mesmos, mas em toda a realidade pela proximidade da chegada do Reino. 

            O foco da vida de André mudou radicalmente: em vez de cuidar de peixe, cuidar essencialmente de gente; em vez de procurar somente a própria salvação, a salvação das pessoas, povos, da natureza, representada pelo advento do reino de Deus.

           A festa de Santo André nos traz uma reflexão profunda: todo mundo percebe a necessidade de transformações na vida; mas como é difícil uma mudança prá valer, que seja radical, de nós seres humanos e por consequência do mundo todo!

           Vivemos num mundo que clama por mudanças, sobretudo pela ética na política. E parece que essas mudanças nunca acontecem. Governantes, que se colocam como vestais da moralidade e prometem nova atitude em relação ao dinheiro público, agem exatamente como os outros. É a tal mudança de fachada. Veja, nestes dias, o exemplo do presidente da república Temer, gastando tempo e dinheiro na defesa dos interesses do seu ministro Geddel, que procura garantir um apartamento de milhões passando por cima das exigências legais. Exemplos como este vemos aos montes nos jornais, todos os dias.

           O fato é que, como nos mostra Santo André, a verdadeira mudança começa de dentro, do coração e da mente, quando mudamos o rumo de nossas vidas: sair da perspectiva de nossos interesses pessoais e entrarmos radicalmente na rota do interesse dos outros, sobretudo dos mais fracos e desprezados da sociedade.  Não é obra fácil. É obra para toda uma vida. Mas o fundamental é mudarmos de rota. Santo André, encantado com a atitude do jovem de Nazaré, nos dá um belo exemplo de como esta mudança deve ser feita: não deixar para amanhã. “Eles, IMEDIATAMENTE, deixaram as redes e o seguiram”  (Mt 4,20).

frei Marcos Belei, o.p. (Aragominas – TO)