III DOMINGO DO ADVENTO 11-12-2016

NA FELICIDADE PROFUNDA DO VIVER COM
“Alegre-se a terra que era deserta
intransitável, exulte a solidão e floresça como um lÃrio†(Is 35,1). É este
imperativo da alegria que nos leva a celebrar este 3º Domingo do Advento, o tão
belo “Domingo da Alegria†e acendermos a vela rosa da coroa do advento. É o
Natal do Senhor que está perto e que comprova que o advento é o tempo de
conversão sob a égide não da penitência, mas da esperança.
Esta esperança se funda na promessa
do Deus fiel. E que faz o seu reino acontecer em nosso meio. Por isso, é
fundamental a conversão como acolhida da boa notÃcia transformadora de nossas
relações, conforme também temos ouvido. Não é portanto, alegria intimista e
passageira, mas fundada numa nova prática de relação para consigo mesmo, para
com Deus e para com o próximo. É a alegria de vivermos a partir da iniciativa
do Deus amor que vem a nós, não para ser juiz implacável ou se vingar dos maus, mas para ensinar a todos os caminhos do amor. E neste ponto, está o mais
especÃfico da mensagem cristã. Onde ela cumpre a promessa messiânica de abrir
os olhos dos cegos, de curar os coxos, abrir os ouvidos dos surdos.
Portanto, em perspectiva da fé –
esperança bÃblica, se trata muito mais que de uma cura fÃsica. É uma recriação
do ser humano à imagem e semelhança de Deus. Ela toma-nos por inteiro em seu
significado espiritual e antropológico.
Este Domingo da Alegria é prelúdio,
portanto, do nascimento de Jesus, o Novo Adão. Em primeiro lugar, nós nos
alegramos porque está breve a mais profunda solidariedade de Deus com o ser
humano que haveremos de rezar na noite de Natal, na oração do ofertório: “nesta
noite em que o céu e a terra trocam os seus donsâ€. É o ser humano que irá
enxergar diferente a si mesmo, a Deus e ao outro ser humano de uma maneira
nova. É toda a criação vista não sob a concupiscência do poder, mas sob o olhar
da fraternidade/sororidade. É o ser humano capaz de andar por novos caminhos da
vida (conversão). E capaz de ouvir a voz mais profunda de seu interior, ali
onde Deus os é mais Ãntimo a nós que nós a nós mesmos, parafraseando Santo
Agostinho. Assim, o ser humano novo se contrapõe a mentalidade comum. Que por
outro lado, nos levará a vivermos sempre uma confrontação entre a Alegria da
Palavra do Senhor (Boa Nova – Evangelho) e a mentalidade corrupta a nossa
volta.
Que a luz da proximidade do Cristo
simbolizada em nossa coroa do advento que acende mais uma vela, a vela da
alegria, ilumine o nosso coração para realizarmos o desejo mais profundo de
nosso ser: sermos alegres, felizes, na felicidade profunda do viver com – com
Deus e com o próximo formando a famÃlia de Cristo, o seu Reino. Amém.
Por
frei Helton Barbosa Damiani, OP
Mestre
de Noviços,
vigário
da Paróquia São Domingos,
em Uberaba