FESTA DE SANTA MARIA MADALENA 22-07-16

22 DE JULHO
FESTA DE SANTA MARIA MADALENA
Apostola Apostolorum
Hoje a Ordem dos Pregadores e a Igreja Universal celebram a santa Maria Madalena, sabendo que ela é a patrona dos frades dominicanos. Para os frades, Madalena é uma figura ligada à Ordem desde os tempos de são Domingos. Ele muita vezes ia se retirar e orar numa gruta (La Grotte em Sainte-Baume, Provence) perto do convento dominicano de Saint Maximin, no sul da França, onde segundo a legenda, Maria Madalena morreu retirada do mundo em espírito de penitência e era alimentada pelos anjos. Desde a fundação da Ordem os dominicanos são os responsáveis pelo santuário de Santa Maria Madalena, hoje a cargo dos frades de Toulouse. Nosso Apostólico Pai encomendou os cuidados da nossa Ordem à intercessão dessa importante santa, que foi uma das amigas mais íntimas de Jesus e a primeira testemunha da ressurreição. Santo Tomás de Aquino, o Doutor Comum de toda a Igreja, atribuiu a Madalena o título de Apostola Apostolorum (apóstola dos apóstolos): ela como primeira testemunha da ressurreição saiu em caminho para dar a boa-notícia aos apóstolos que estavam reunidos. Ela foi, portanto, a primeira evangelizadora da Igreja pós-pascoal.
A Madalena, íntima amiga de Jesus e sua discípula desde que foi liberada de sete demônios, foi reservado o privilégio de ser a primeira pessoa a ver e anunciar a sublime graça da ressureição. Tal prêmio foi fruto de um grande amor dessa mulher por Aquele que lhe concedeu uma vida nova a partir de sua liberação. Na primeira, retirada do livro dos Cânticos dos Cânticos (Cant. 3, 1-4), é retratada a relação de amor e busca de Madalena em relação a Jesus: “o meu amado eu buscava”; “pelas praças e bairros da cidade buscarei o amor da minha alma”; “não viram àquele que ama minha alma?” Madalena sempre buscou a Jesus, sempre O amou, sempre estava atrás Dele. O resultado desse amor dela por Ele, foi o privilégio de ser a primeira a vê-lo.
A narrativa poética de são João (Jo 20, 1-2.11-18) transmite as emoções pelas palavras escritas. Em um primeiro momento, o desespero daquela que buscava a seu amado: encontra a tumba vazia, e num sentimento de amargura, vai correndo ao encontro dos apóstolos para dizer-lhes: “Levaram do sepulcro o Senhor e não sabemos onde o colocaram”. Em um segundo momento, já de volta à sepultura do Senhor, se põe a chorar pensando que não ia poder render sua última homenagem ao seu Amado. Começa um diálogo com um estranho, onde ela em desespero, pergunta onde está o seu Amado. A resposta ao diálogo, bem ao estilo poético de João, se resume em uma palavra: “Maria”. Ela reconheceu a voz do seu amado. Creio que a emoção de escutar a voz daquele que ela tanto amava foi uma emoção inexplicável. Depois disso, Jesus encomenda a Madalena a missão de anunciar aos apóstolos a ressurreição, ela é a primeira enviada a anunciar o Evangelho do triunfo da vida sobre a morte.
Aquela mulher que era sedenta de Deus, como bem explica o salmo 62, tanto amou ao Senhor que foi a primeira a vê-lo e a primeira a anunciá-lo. Bem assertivo foi santo Tomás ao conceder o titulo apostólico a Maria Madalena. Que por sua proteção e intercessão, toda a Ordem dos Pregadores sempre esteja na eterna busca pelo Amado e no zelo apostólico de anunciar o Evangelho da misericórdia a todos os homens e mulheres do mundo.
Frei Cristiano Bhering, OP
Prior do Convento de San Salvador – El Salvador.