A FAMÍLIA NO SÍNODO DOS BISPOS

PASTORAL DA MISERICÓRDIA E DA VERDADE LIBERTADORA.
Frei Carlos Josaphat/Rascunho de uma exposição oral (16.10,2015)em um diálogo dos Frades com os fieis na Igreja da Sagrada Família,SP.
Nossa atitude é primeiro de ação de graças por um conjunto de posições harmoniosas e progressivas da Igreja, acolhendo a docilidade ao Espírito Santo e busca da fidelidade ao Evangelho, em pontos importantes. O Papa Francisco vive e anuncia a Misericórdia, Ela é a força divina do Amor que nos salva pela Verdade do Amor. O que muito nos estimula em nossa vocação de leigas, leigos, religiosas e frades dominicanos.
0. Nosso projeto: bem compreender essa atitude evangélica e pentecostal da Igreja, muito presente e afirmada neste Sínodo sobre a Família.
01. Convém começar por buscar entendero sentido do Sínodo e particularmente desse Sínodo sobre a família.
02.Ele visa,primeiro, realçar o ideal, o mistério, o projeto evangélico da família à luz da revelação de Deus amor universal,
03.Em segundo lugar, abordaos desafios lançados à família hoje.
04. Finalmente destacar indicações da Igreja pós-conciliar sobre oscaminhos ou meios de ativar e aprimorar a pastoral da misericórdia,levando á verdade e ao cuidado, especialmente à compreensão das situações e da ajuda a todos que enfrentam diferentes crises.
05.A Igreja pós-conciliar, como a Igreja de Pentecostes, acolhe as crises. Cuja maior parte decorre do confronto de situações criadas na cristandade anterior ao Concilio, hoje confrontadas com os valores e ideais conciliares.
I. Sentido evangélico, pentecostal do Sínodo, manifestado em sua tríplice dimensão:
- ele é forma concreta de colegialidade (dos Pastores),
- de comunhão(a vida interna da Igreja)
- e de missão(presença no mundo). São pontos ativos e renovadores na história da Igreja, merecem ser lembrados no ontem e acolhidos no
hoje da vida eclesial.
11. Valor renovador, colegial, do Sínodo,Ilustrado pelo ontem da Igreja.
Desde o século II, importância crescente dos sínodos locais (diocesanos), regionais (várias dioceses). O sínodo visa ativar, retificar, aprimorar as comunidades eclesiais em momentos difíceis e, sobretudo cruciais.
Exemplos:Sínodo Elvira em 303.
Uso exemplar de sínodos:São Carlos Borromeu no século 16.
12. São Carlos inspirou João XXIII, quando este se tornou Patriarca de Veneza e sobretudo quando assumiu o supremo pontificado. E se perguntou como levar avante o aggiornamento da Igreja?Aresposta primordial: dando a palavra à Igreja!
· Símbolo da Diocese de Roma em 1559.
· Vaticano II, Sínodo ou Concílio mundial (1962-1965).
· Vaticano II aponta para os sínodos como modelos fortes de e a colegialidade,
· Paulo VI surpreende os Padres Conciliares, instituindo imediatamente os sínodos ainda durante Vaticano II.
13. Qualidades singulares deste Sínodo de 2014 e 2015 sobre a família.
â— Ele assume e prolonga as pontas renovadora ou inovadoras de Vaticano II,sobretudo na eclesiologia,
* na valorização dos leigos, das comunidades laicais e na colegialidade de alto a baixo da Igreja, resultando desses encontros pastorais dentro da Igreja: todos aprendendo de todos!
* pedagogia pastoral, universal. articulando as funções eclesiais diferenciadas e as valorizando; Em comparação ao Concílio há maior e melhor participação das mulheres;
14. Como setem desenrolado processo do Sínodo.Total liberdade nas exposições discussões, contando com o exterior e consultas a competentes e especialistas de fora do Sínodo. Nada de “secreto” ou reservado. Prevalece o estilo Papa Francisco;
15. Conteúdo do primeiro Sínodode 2014.
· Teve a duração de duas semanasde 5 a 19 de outubro de 2014.
Trabalhavam a partir de Lineamenta, “grandes linhas” que condensam a preparação e indicam os primeiros rumos do Sínodo, precedidos as consultas gerais ás igrejas locais, donde resulta o Instrumentum laboris “Instrumento de trabalho”, que organiza as respostas à consulta geral e servirá de ponto de partida dos trabalhos sinodais.
· O desenrolar do processo do Sínodo de 2014, prosseguindo e aprimorando os métodos de Vaticano II, nos dão belos exemplosde comunhão e de colegialidade, ecoa uma discussão muito objetiva e plenamente livre. O Papa Francisco insiste sobra a necessidade de muita franqueza sobre o que se tem feito e o que se há fazer na pastoral familiar;
16.Resultado transmitido ao Sínodo definitivo.
Uma Relatio, um“Relatório”muito denso, muito preciso e fundado em argumentos apresenta 62 proposições, articuladas em três Partes, que correspondem ao ver, julgar e agir, mas em termos menos rígidos.
· I Parte.O contexto e os desafios sobre a família (preposições 5-11); Sob o ângulo aspecto sociocultural, o primeiro olhar é positivo: “Há que sublinhar antes de tudo, os aspectos positivos: a maior liberdade de expressão e o melhor recebimento dos direitos da mulher e das crianças, pelo menos em determinadas regiões,” A descrição é mais ampla no que toca os aspectos negativos, A partir do “individualismo”, dominante em todos os setores da vida social, a “ausência de Deus”, a experiência da “solidão”, o abandono das famílias da parte do poder público, bem como os desafios, provindo das formas falhas ou frágeis da família; Insiste-se sobre a fragilidade afetiva, especialmente entreos jovens. Essa análise termina por um primeiro apela o à pastoralfamiliar,marcado a necessidade ir ao encontro da realidade social, o que a maior originalidade desse texto em contras as generalidades mais encontradiças nos documentos oficinas de doutrina social da Igreja,Destacam-seprimeiro
· A II Parte:Olhar para o Cristo e o Evangelho da Família. Essa parte (proposições 12-28) é muito significativa como releitura doEvangelho, destacando “a família no desígnio salvífico de Deus”. Bem como o ensino amplo e profundo da Igreja sobre a família. É uma constatação informada e bem condensada do fundamento teológico da pastoral familiar. É dadomais comum, sobretudo no ensino de João Paulo II;Mas em tom bem mais denso e caloroso, terminando com o tema da misericórdia com as famílias feridas, o que traduz a inspiração e mesmo o vocabulário do Papa Francisco.
· A III Parte(proposições 29-63 - Confronto). Perspectivas pastorais. É partemais operacional.
Foi uma Parte muito discutida. O Conjunto do texto foi aprovado com maioria de doisterços, digamos 67%%. Ora Trêsquestões foram aprovadas mas com maioria simples: a permissão de acesso à Eucaristia aos divorciados(104 voto a favor e 74 contra) sobre a comunhão espiritual a se aconselhar às pessoas divorciadas, recasadas e conviventes (112 a favor, 64 contra), famílias tendo em seu seio homossexuais e os tratando com carinho e cuidado(118 a favor e 62 contra).
Apreciação dos textos aprovados e das reservas que os acompanham,
Há um núcleo luminoso emtorno do qual se verificauma unanimidade de aplauso plena e total: é a família em sua plenitude e perfeição, contemplada no plano divino, mais concretamente no Evangelho.Duas grandes qualidades mostram a beleza dessa família evangélica. Ela é como a “Igreja em miniatura”, realizado uma“comunhão de vida e de amor”, essa dupla prerrogativa foi enaltecida no Concílio Vaticano II (GS,cap.I, da II Parte),
Ainda um acordo da maior relevância é o projeto de uma “pastoral da misericórdia” que há de envolver todas as famílias, tendo como protagonizas famílias, os movimento familiares de espiritualidade e de pastoral já existentes, que são chamados a se aperfeiçoar e a exercer um pastoral de Misericórdia no sentido forte e evangélico desse termo. Misericórdia é o Amor divino universal, Deus mesmo amando todas as pessoas e todas as famílias. Eimpele a Igreja a partilhar desse amor e a ajudar todas as famílias a buscarem sua própria perfeição e felicidade.
Mas aqui bate o ponto e bate forte. Essa pastoral do amor acolhedor de Deus e da Igreja se defronta com a realidade da multidão de famílias que estão longe do ideal dessa família cristã. A Igreja atual, reunida em sínodo em razão de sua atitude evangélica que tende a prevalecer desde Vaticano II, não quer excluir essas famílias da sua comunhão eclesial e da prática dos sacramentos. Vimos acima as reservas para as atitudes um pouco favoráveis aos divorciados, recasados e à homossexualidade.
Note-se bem.Ainda não há qualquer decisão tomada. Toda a originalidade do Sínodo está em procurar encontrar e analisar as melhores atitudes,que atendam às exigências do Evangelho e da doutrina sacramental, guardando o empenho de não excluir ninguém, pessoas e casais, do amor e de alguma comunhão com a Igreja. O caso mais típico e significativo seria a permissão de acesso à Eucaristia aos divorciados e,sobretudo, aos recasados. Aguardamos as decisões, que não teriam o aspecto somente jurídico, mas pediriam uma atitude compreensiva de toda a comunidade eclesial.
Esses textos do Sínodode 2014 se destinavam a fornecer os temas à segunda parte, ao Sínodo propriamente dito que tomará as decisões. São aqui indicadas para nos dar uma primeira informação.Teremos que estudar a mensagem do Sínodo quando forem promulgados e divulgados nos próximos meses, provavelmente com indicações de renovações institucionais visando desenvolver e aprimorar a colegialidade.
II.Sugestões para melhor entender e seguir as indicações sinodais sobre afamília.
“Família”, na linguagem “pós-moderna” é um nome coletivo que designa vários tiposdiversos de grupos humanos,por vezes grandemente diferentes em qualidade de coesão e de convivência.
20. Como o Sínodo, convém assumir a perspectiva do “ver, julgar, agir”, para acolhermos e aplicarmos de maneira criativa suas indicações.
21. leva a distinguir bem os modelos de família que aí estão nos vários tipos de uniões familiares de“tradicionais” às “pós-modernas”.
· É preciso ter em vista os protagonistas (Pai,mãe,filhos,sogra)suas qualidades,a forma e as disposições, lugares ocupado na hierarquia das afetividades e influências.
Levar ainda em conta:
· Modalidades de união: permanente, passageira, aleatória.
· Famílias uni parentais.
· Casais separados, divorciados, recasados,
· Esses modelos são dependentes da tecnologiae da influência que sofrem da sociedade, que, em geral, “entra”hoje pela família adentro.
· Em especial: Na pós-modernidade, há duas aliadas ou concorrentes constantes da família:
- o sistema de educação, que se deve aliarcom a família, e com a qual guarda mesmo relações financeiras.
- e o de comunicação, a mídia no seu conjunto e na sua influência permanente, consciente e inconsciente, procurando satisfazer o apetite de ver, de ouvir, de satisfazer à fome à sede de curiosidade. Pois, seu interesse é ter uma rede rendosa de clientes.
- A qualidade da influência depende do tipo de recepção: ativa, crítica, participante, ou passiva,acomodada e manipulada.
22. Quanto ao julgar:Convém começar por discernir valorese suas diferentes modalidades de realização em modelos concretos, culturais e históricos, que devem ser também bem analisados..
22.1. Começar por distinguir os valores éticos, religioso sou leigos,como funcionam na vida e nas palavras dos membros da família:em atitude de acordo,ou desacordo, sendo com freqüência,uma prática de manipulação ideológica.
· Considerar os aspectos subjetivos e objetivos dos valores.Como alguém sente o bem que motiva suas atitudes(valor subjetivo); o que tem alguma consistência permitindo certo encontro entre protagonistas:formas concretas de (fazer) amor,de experimentar prazer, conforto(certa forma de bem que permite troca de ideias e apreciações: valor objetivo)..
· Levar em conta e articular o valor em si (amor que permanece e se dedica), o valor subjetivo;“para mim, minha mulher (agora)não vale de nada. Não vibra, não me dá prazer...”.
· É sempre o portno verificar a necessidade do diálogo sereno sobre:amorXprazerX felicidade.
22.2. Pluralismo e relativização dos valores na atualidade moderna e pós-moderna.
· Podemos e mesmo devemos distinguir as várias formas, instâncias e qualidades da vida mental contemporânea:
- imaginação, mais ou menos seduzida e sedutora, marcada por interesses, paixões, ou servindo de basespara as ideias ou ideais,
- Mentalidades
-Preconceitos
- Ideologias
-Opinião pública
- Certezas sem base
-Convicções refletidas e bem fundadas.
â—A essa última categoria devemos conectar:
-A Sabedoria evangélica abrindo-se ao conhecimento exato da realidade.
-E o discernimento dos sinais dos tempos.
2.3.Quanto ao fazer, ouagir(o grande desafio):
23.1.Evitar as generalidades, os discursos (para nós) belos e em geral amplos, desenvolvidos nos documentos eclesiásticos. Sem descurar a busca da verdade, noções claras e precisas,temos que nos fixar no universo real, desta família,confrontando seus valores com os valores humanos e evangélicos.
- Portanto, fazer a junção da análise dos “valores“e dos “modelos”.
Distinguir com a maior nitidez: o modelo histórico, sociológico de família que temos diante de nós, família tradicional, moderna, pós-moderna, buscando verificar os valores a que recorrem.
O que implica compreender:
â— como se relacionam no modo de apreciar o grupo familiar e cada protagonista:
â— o que é, para cada um: ser mãe, pai, filho;
â— tipo aceito ou não de obediência ou de autonomia etc.
A eficácia da pastoral familiar está em bem discernir e articular s valores e os modelos, fazendo com que os valores sejam estimados em si e pelo bem humano que eles representam, bem como por sua capacidade de aperfeiçoar modelos ou mesmo suscitar modelos em sintonia com a realidade social.
Vê-se na Bíblia essa marcha histórica de criar modelos históricos,adaptados de “alianças”, da aliança matrimonial imagem da Aliança divina, de Deus e a nação. Exemplo mais claro se lê no Novo Testamento(Ef 5,25);
23.2. Passemos aos contatos pastorais.
É conveniente que o encontro e a conversa com o pastor, com o líder do movimento da pastoral se façam com a participação ativa de todos e cada um, com os pais, com os filhos com todos juntos.
O necessário e o difícil é chegar – todos! –a reconhecer a situação real da família, seu modelo sociológico e seu sistema de valores,humanos, evangélicos, o grau de influência que exercem.
23.3. Aqui vamos entrando sob a tenda do Amor. Em sua força suave de Misericórdia. É a hora decisiva daquela paciência pedagógica, evangélica. Erros de anos não se corrigem em alguns dias.Nossa esperança se funda na graça que hoje inspira à Igrejauma pedagogia da verdade, do diálogo, do ajudar a ver e a acolher.
3.Conclusão inspirada na fraternura, na fraternidade e na ternura.
Seus irmãos dominicanos, sugerimos os dados para nossa reflexão, para vivermos na fraternura esse momento pentecostal de nossa mãe Igreja.
31. Seria possível achar meios, atitudes ou palavras para ajudar a família em crise a se conhecer no modelo que está vivendo, reconhecer e se dispor a acolheros valores humanos, evangélicos,em seu sentido objetivo e subjetivo? E, então, revendo o passado, a educação recebida, começar a sair do clima de obrigações impostas,demoral legalista, Bem como tentar se livrar do imperialismo pós-moderno das ideologias libertárias, do tipo:o que vale é o que eu sinto,minha experiência de autenticidade, de felicidade, de autonomia.
A salvação vem quando alguém começa praticarum ato de puro amor, desinteressado, um atitude gratuita (mesmo sem saber) sob a inspiração da graça.
32. Em seguida, com a leveza de um coração que saboreou a boa sorte do sentimento e do gesto gratuito, o mais delicado será ajudar a refletir sobre os valores em si e os valores vividos pela família, os valores que faltam, e criam e mantêm a crise ou são chamados a justificá-la.
Essetipo elevado de pastoral familiar deve ser partilhado, especialmente, por todos os colaboradores leigos mais próximos da realidade dos casaisa quem ajudarão a descobrir a presença ou a ausência dos valores e do despertar dasconsciências dentro do quadro da vida das pessoas e na sociedade de hoje.
33.Desde São João XXIII,oVaticano II, agora o Papa Francisco e o Sínodo sobre a Família, a Igreja vem sendo envolvida pelas luzes e pelo calor de Pentecostes, do Amor divino universal, Ela vai amorosamente entrando em seu coração e saindo de seu eu religioso, para ir ao encontro do mundo, vendo, em tudo e em todos, os efeitos da aceitação ou da recusa do Amor universal, que o Evangelho anuncia.A força transformadora desse amorna vida interna da Igreja – segundo o testemunho de Vaticano II e do sínodo conduzido pelo Papa Francisco- é o começo imprescindível de uma pastoral familiar em uma sociedade marcada e animado pelo individualismo ambicioso, alheio a todo amor desinteressado. Que se viva dentro da Igreja o mais forte bem querer e bem fazer, um bem visível amor fraterno. E que os cristãos tenham e levem em toda parte a devoção primordial ao Espirito Santo, pedindo-lhe que lhes ensine os caminhos do amor,de compreender a humanidade de tal qual está sendo.
34.A sociedade tem uma ponta avançada, invasora e transformadora das pessoas e das famílias. É a comunicação virtual, digital,universal. A Igreja não pode ficar por fora.Temos a nossa linguagem religiosa, de nossa família, cristã, nossos encontros entre nós, boas imagens, nossas publicações. Vamos intensificá-las e aprimorá-las. Mas temos de entendere falar os idiomas da sociedade tecnológica, do seu universo virtual.
Tal é o problema, o desafio primordial: saber entender,apreciar, criticar, no positivo e no negativo,acorrente de interesses, de paixões, ambições e aspirações que animam e agitam essa cadeia de forças sociais e comunicacionais no mundo.
35 Toda pastoral familiar, para ser viável, eficaz, há de começar por reconhecer as formas da presença constante e a influência profunda consciente e inconsciente da mídia sobre a família,no íntimo de cada um de seus membro e no conjunto deles.
A pastoral familiar, mesmo no Sínodo, analisa o mundo modernoe pós- moderno em termos de ideias, de conceitos, de práticas correntes, sem distinguir, analisar e eventualmente criticar os sistemas de educação e da comunicação.
36. Ampliemos o olhar: Ética, espiritualidade e pastoral familiares diante ou dentro dos sistemas dominadores
As análises do Sínodo (de 2014) apontam para uma sociedade que cultiva ambições e interesses, empenhando-se em encontrar ou abrir caminhos para a experiência da felicidade, especialmente na posse das coisas, na dominação sobre os outros, no prazer sexual. O que engendra a fragilidade dos compromissos e alianças de amor duradouro.
É preciso remontar dos efeitos às causas.
É o que o Sínodo começa a realizar no prolongamento da II Parte da Constituição Gaudiumetspes. Pois bem, está na hora de prolongar esses esboços ou insinuações. O mundo moderno ou pós-moderno não é um feixe desordenado ou improvisado de ambições,de egoísmos e interesses particulares. Ele é, sim, uma rede muito racional, muito bem estruturada de sistemas, formando o imenso sistema que marcha para a globalização,
A família,quando bem organizada,é um pequeno sistema exercendo ou sofrendo influência dos grandes sistemas da sociedade moderna ou tecnológica.
37. A educação integral deve envolver, assumir e formar todo o ser humano, ajudando-o a compreender os diferentes sistemas, para ser um protagonista bem informado e ativo, diante de toda a rede dos sistemas educacionais,comunicacionais, político se econômicos
A mídia é um sistema que vive do público que ela pode manipular ou ser por ele bem ou mal orientada.
A família está em situação ambivalente, como todo consumidor ativou passivo em sua posição diante de todo sistema,especialmentedo sistema econômico.
A Família deve ter consciência despertada e tornar-se bem informada e atuante em todos os sistemas. Se não, ela continua sendo manipulada. E merece o nome de “famídia”, família da mídia.
38. Para simplificar, argumentemoscom alguns exemplos.
- As donas de casa organizadas, bem informadas e ativas orientam a economia em um país moderno,. Mantendo-ano sentido da Justiça, do bem de todos, especialmente das famílias.
-Um grupo de jovens lança pequenos jornais do interior nas capitais do país sem gastar nada.
- Na obra clássica do economista do Concilio, François Perroux,Diálogo dos Monopólios e das Nações, Grenoble 1982, encontram-se indicações precisas e preciosas sobre as relações das pequenas empresas (tais como as famílias) e as grandes empresas do mercado.
39. Nesta igreja, dizemos e cantamos que somos a Família de Nazaré.Que ela cresça e esteja em toda parte, para felicidade e salvação do mundo.Mas não se deixe enlaçar e manipular pelos dominadores sistemas do universo.
Terminemos voltando-nos para o Sínodo. Acolhamos com amor a recomendação que nos vem do coração do Papa Francisco: “Sínodo é caminharmos juntos, mas também rezarmos juntos. Peço a participação de todos os fiéis”.